Não há nada mais humano do que o pedido desses escribas e fariseus. Na verdade, cada um de nós ao longo da vida busca “evidências” para confirmar uma crença ou outra. Mas Jesus parece desafiar essa atitude, talvez porque saiba muito bem que, muitas vezes, por trás da busca de sinais há uma grande tentação de recusar assumir responsabilidades. Isso significa que, quando não temos 100% de certeza sobre algo, nunca nos comprometemos totalmente com isso.
Começamos a raciocinar assim: “Se eu tivesse certeza de que essa mulher é exatamente a mulher da minha vida, eu me casaria com ela, mas como não tenho certeza, então podemos ir devagar sem nos comprometermos”. Ou: “Se eu tivesse a prova de que Deus realmente existe, então teria uma vida de fé regular, mas como não tenho a prova incontestável, busco a Deus quando tenho vontade”. Há ainda aquele pensamento: “Se eu tivesse um sinal que me dissesse claramente o que fazer, eu faria isso, mas é sempre totalmente ambíguo, então não faço nada decisivo”.
O Evangelho quer nos dizer que não podemos delegar nossas escolhas a sinais, e que um sinal que nos tira da vertigem da liberdade é indesejável, porque, embora pareça nos dar certezas, na verdade nos aniquila como pessoas.
De fato, quantos milagres Jesus realizou em Sua vida? No entanto, quando chegou a hora da cruz, ninguém que havia recebido esses milagres estava lá por ele.
