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5 mil igrejas históricas da França correm o risco de ser demolidas

Igrejas na França
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Francisco Vêneto - publicado em 11/08/22
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Templos também podem ser vendidos: neste caso, pode ocorrer o que já aconteceu com inúmeras igrejas europeias transformadas em hotéis, cafés e até discotecas

Cerca de 5 mil igrejas históricas da França, muitas delas construídas na Idade Média, correm o risco de ser demolidas ou então vendidas para uso profano, o que as descaracterizaria radicalmente.

Os números foram levantados e divulgados pelos parlamentares franceses Pierre Ouzoulias e Anne Ventalon, cujo relatório alerta para a necessidade de manutenção mais adequada do patrimônio histórico nacional, particularmente das igrejas.

Eles sugerem que o governo francês disponibilize uma linha especial de financiamento para a manutenção desse patrimônio, considerando que, desde 1905, em decorrência da formal separação entre Estado e Igreja, todas as propriedades imóveis da Igreja Católica na França passaram a ser propriedade do governo: a Igreja manteve o direito de utilizá-los para o culto, mas a propriedade em si é estatal e a responsabilidade ​​pela manutenção cabe aos respectivos municípios. Estes, porém, não têm conseguido honrar esta responsabilidade, o que acarreta a decadência que se constata em grande quantidade de templos.

Segundo o relatório preparado pelos parlamentares, a França tem mais de 100 mil espaços religiosos, dos quais 15 mil sofrem condições inadequadas de preservação - muito embora estejam protegidos como monumentos históricos.

Há cerca de 500 igrejas fechadas permanentemente.

Alarmante, em especial, é a perspectiva de que, até 2030, aproximadamente 5 mil locais religiosos enfrentem o risco de ser demolidos ou vendidos a particulares.

Em caso de venda, pode ocorrer o que já aconteceu com inúmeras igrejas europeias transformadas em hotéis, cafés e até discotecas.

Além disso, há o risco de tráfico de objetos religiosos, contra o qual os deputados responsáveis pelo relatório solicitaram que o governo francês tome medidas particulares, sobretudo no caso das igrejas que venham a ser identificadas como de "interesse especial".

Os parlamentares enfatizam que, "como verdadeiros bens comuns, estes edifícios têm valor não somente espiritual, mas também cultural, histórico, artístico e arquitetônico".

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