Autoridades determinaram a retirada da capela católica instalada havia anos no principal aeroporto da Colômbia, o Eldorado, em Bogotá. Administrada pela arquidiocese da capital colombiana, a pequena capela tinha uma imagem de Nossa Senhora de Loreto, padroeira dos aviadores, e contava com o privilégio da exposição do Santíssimo Sacramento a quem desejasse adorá-lo.
As autoridades em questão são da prefeitura de Bogotá, cuja secretaria de governo solicitou a retirada da capela à OPAIN, empresa privada que detém a concessão para administrar o aeroporto.
A OPAIN, por sua vez, informou em comunicado que a retirada da capela teria sido executada com a permissão da arquidiocese de Bogotá, mas o bispo de Fontibón, dom Juan Vicente Córdoba, negou esta versão e denunciou que a decisão final foi da própria OPAIN, sem diálogo com a Igreja:
Segundo a Prefeitura de Bogotá e a OPAIN, a capela católica será transformada em espaço ecumênico.
A Igreja Católica não faz oposição alguma à criação de um espaço ecumênico no aeroporto, mas questiona que, para isto, seja retirada unilateralmente a capela católica já presente no local e aberta a todos. De fato, há uma diferença que deveria ser autoexplicativa entre ampliar direitos de uma parcela da população e retirar direitos da maioria da população em nome de uma suposta não-discriminação.
O próprio conceito de laicidade do Estado é tergiversado nesse tipo de caso: um Estado é laico quando respeita igualmente todas as religiões em conformidade com a constituição e a legislação, e não quando restringe uma religião alegando a não-discriminação das outras.
Dom Juan Vicente Córdoba enfatiza sobre o fechamento da capela católica no principal aeroporto da Colômbia:
A senadora católica María del Rosario Guerra também denunciou via rede social:
A prefeita, no entanto, respondeu alegando que a decisão foi autônoma da administração do aeroporto.
Ações ideológicas têm marcado as semanas iniciais do primeiro governo de esquerda no país. Uma delas, realizada menos de 30 dias após a posse do presidente Gustavo Petro, foi a retirada da Colômbia do Consenso de Genebra, um compromisso pró-vida que o país tinha assumido havia meros três meses, em maio deste ano. Saiba mais: