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Longo caminho a percorrer contra a perseguição aos cristãos no mundo

SYRIA
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I. Media - publicado em 27/11/22
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Papa Francisco agradeceu a iniciativa “Semana Vermelha” e todo o trabalho que a Fundação AIS tem vindo a fazer no apoio aos cristãos perseguidos no mundo

Foi apresentado nessa semana publicamente na Igreja do Campo Grande, em Lisboa, o relatório “Perseguidos e Esquecidos?”, produzido pela Fundação AIS a nível internacional sobre a questão da perseguição aos cristãos no mundo.

“Este relatório é um alerta para a realidade, que é tantas vezes ignorada, da violência contra as comunidades cristãs”, disse Catarina Martins de Bettencourt, directora do secretariado nacional da Fundação AIS, durante a apresentação do documento, numa sessão que contou com a presença do responsável da paróquia, o Padre Hugo Gonçalves.

“Não é compreensível que em pleno século XXI não haja respeito pelos direitos humanos, nomeadamente este direito elementar, da religião”, disse ainda a responsável da AIS, acrescentando, após ter enumerado as principais conclusões do documento, que, “infelizmente, há um longo caminho a percorrer ainda na defesa dos direitos humanos e em especial das comunidades cristãs perseguidas no mundo”.

Posição semelhante foi expressa pelo Padre Hugo Gonçalves que, no final da apresentação do Relatório, sublinhou em declarações à Fundação AIS a surpresa que sente pelo “silêncio, por parte da comunidade internacional e dos meios noticiosos em geral”, face à questão da perseguição aos cristãos.

“Às vezes não percebo muito bem porque é que acontece que nuns casos levantamo-nos tanto e defendemos tanto, e depois noutros casos, só por serem cristãos ou por alguma outra razão, calamo-nos e parece que essas pessoas não existem, que o sofrimento delas não é igualmente importante.”

Para o sacerdote do Patriarcado de Lisboa, “o silêncio também pode ser uma forma de perseguição”. “Silenciar determinado grupo, quer seja religioso quer seja de outro aspecto qualquer da sociedade, não dar voz a alguém nos seus sofrimentos, isso pode constituir uma forma de perseguição”, explicou.

A divulgação do Relatório “Perseguidos e Esquecidos?” insere-se numa iniciativa global da Fundação AIS para a sensibilização da opinião pública para esta questão específica da perseguição aos cristãos. Em Portugal e em muitos países onde a Fundação AIS está presente realizaram-se diversas acções durante o dia de ontem, mas também em dias anteriores, a que se chamou de “Semana Vermelha” [Red Week].

Além da apresentação e divulgação do Relatório, foram iluminados de vermelho, simbolizando a cor de sangue dos mártires, monumentos e igrejas procurando-se lembrar dessa forma todos os mártires do cristianismo.

Em Portugal, por exemplo, isso aconteceu com o monumento ao Cristo-Rei, em Almada, na Diocese de Setúbal; tal como com a paróquia da Ramada, em Odivelas, no Patriarcado de Lisboa; ou a Basílica dos Congregados, o Santuário da Porta Aberta, e a Paróquia dos Lázaros, em Braga; ou ainda a paróquia de Angra do heroísmo, nos Açores, e as de Aveiro e Santarém.

Mas esta foi uma iniciativa internacional da Fundação AIS. Durante os últimos dias, houve monumentos e Igrejas iluminados de vermelho em países como Espanha, Brasil, Hungria, Austrália, França, Polónia, Canadá, Paquistão, Alemanha, Áustria ou, por exemplo, o Reino Unido…

Ontem, quando saudava alguns peregrinos polacos que participaram na Audiência Geral no Vaticano, o Papa Francisco fez questão de mencionar esta iniciativa concreta da Fundação AIS e de agradecer todo o esforço e dedicação da instituição pelos cristãos perseguidos no mundo.  “Saúdo cordialmente todos os polacos. Estou-vos grato por se unirem nestes dias aos Cristãos perseguidos em todo o mundo, participando na iniciativa da Semana Vermelha e rezando por eles, de uma forma especial no Santuário de Jasna Góra. Que a Mãe de Deus lhes conceda a plena liberdade e a consolação no seu sofrimento. Abençoo-vos com todo o meu coração”, disse Francisco.

(Com AIS)

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