O governo britânico determinou que seus funcionários devem evitar a palavra "Natal" e preferir a expressão "celebrações festivas" ao se referirem à época do… Natal.
A justificativa alegada já é costumeira: a suposta "inclusão" de quem não é religioso e de quem tem religiões diferentes do cristianismo. Na realidade, porém, esse tipo de censura leva apenas à "exclusão" gradual da grande parcela da população que é cristã. Não se veem proibições equivalentes a nenhuma celebração central de qualquer outra religião. Mencionam-se explicitamente efemérides muçulmanas, hinduístas, judaicas. Mas o Natal não pode ser mencionado porque pode "ofender" os intolerantes.
Há uma onda de censura ideológica, de maior ou menor intensidade, em todas as regiões do planeta, sistematicamente contrária a valores conservadores e explicitamente enviesada a impulsionar visões de mundo de esquerda. A depender de contextos regionais, o foco da censura pode ser principalmente político, recorrendo a narrativas que tergiversam o conceito de democracia para desqualificar quaisquer posicionamentos de opositores como "antidemocráticos", ou pode ser principalmente de teor religioso ou filosófico, mediante intervenções mascaradas de "inclusão", como é o caso desta patente censura ao cristianismo no Reino Unido.
O Papa Francisco já chegou a definir esse tipo de pressão ideológica como "perseguição religiosa educada" contra os cristãos.
Há lugares em que ela nem sequer se preocupa mais em parecer "educada". Um dos casos mais aberrantes no mundo ocidental atual é o da Nicarágua, com desfraldada perseguição anticatólica. Outro alerta vermelho vem do México, onde partidos de esquerda têm feito esforços para proibir qualquer tipo de manifestação religiosa em espaços públicos, tais como presépios e a própria imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, indissociável da cultura mexicana.
No Reino Unido, cujo recentemente empossado primeiro-ministro Rishi Sunak é hinduísta, a narrativa "politicamente correta" para disfarçar a censura aos cristãos é respaldada vistosamente pelos principais meios de comunicação social, que exaltam a suposta "promoção da diversidade" - fingindo não notar que, de fato, o que se faz é excluir os valores não só da religião cristã, mas da própria identidade nacional, intrinsecamente relacionada com a fé em Cristo.
O jornal Daily Mail registra que "o governo não emitiu uma política geral sobre as festas de Natal, mas gestores particulares fizeram suas próprias interpretações do 'kit oficial' de diretrizes sobre fé e crença".
Não é um caso inédito na Europa. No Natal passado, uma nota da Comissão Europeia para os seus funcionários apelava para o mesmo discurso de "comunicação inclusiva" para determinar que não se aludisse ao "Natal", mas sim ao "período de feriados". Diante da reação negativa ao viés abertamente discriminatório da medida, o comunicado foi cancelado.
Na ocasião, o deputado europeu Jorge Buxadé denunciou que a União Europeia estaria se transformando no "braço executor de tudo o que destrói o que é valioso". E arrematou:
"Sim, em Belém nasceu Jesus Cristo. Também as elites da época queriam assassiná-lo, mas ele mudou o mundo para melhor. A Europa se tornou cristã e, desde então e para sempre, nós diremos 'Feliz Natal'".