Às vezes, “parece que Deus não está nos ouvindo”, reconheceu o Papa Francisco ao falar às famílias enlutadas de mineiros poloneses que morreram em duas explosões de metano em minas de carvão em abril de 2022. Ele se encontrou com as famílias das vítimas no Vaticano neste 24 de março de 2023.
“Perder um marido, um pai, em um acidente como esse, é horrível. E também o fato de que alguns ficaram soterrados nas minas…”, disse o Papa. “Aqui, diante de você, não sei o que dizer. O silêncio é compassivo”.
Um ano antes, em 20 e 23 de abril, duas tragédias atingiram as minas de Pniowek e Zofiowka, na Polônia, matando sete e dez pessoas, respectivamente. “Eu não gostaria de dizer palavras. Quero lhes dizer apenas que estou perto de vocês, muito próximo, com a intimidade do coração, e rezo com vocês nesta situação tão difícil e dolorosa", disse.
“A oração, às vezes, nestes momentos… parece que Deus não nos ouve”, reconheceu o pontífice de 86 anos, explicando que parece que tudo é “o silêncio dos mortos e o silêncio de Deus”.
“E esse silêncio, às vezes, nos deixa com raiva. Não tenham medo: essa raiva é uma oração”, assegurou o Papa às famílias enlutadas.
“É um dos ‘porquês’ para os quais buscamos resposta continuamente nessas situações. E a resposta é: ‘Mesmo nas trevas, o Senhor está perto de nós. Não sabemos como, mas ele está perto de nós'”, disse o líder da Igreja Católica.
Depois de rezar em silêncio com os seus convidados, Francisco lhes deu a sua bênção e cumprimentou-os um a um.