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Uma oração de mais de mil anos a Cristo na Cruz

Jesus Cristo na Cruz

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Francisco Vêneto - publicado em 31/03/23
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É especialmente profunda para ser rezada nesta Semana Santa que se aproxima.

O texto que compartilhamos a seguir é de autoria de Jorge de Nicomédia e foi composto no século IX, ou seja, há mais de mil anos, como oração a Nosso Senhor crucificado.

É especialmente profunda para ser rezada nesta Semana Santa que se aproxima.

A tradução do texto grego foi postada pelo pe. Wellington José de Castro na sua rede social.

Oração a Cristo na Cruz

Beijo a tua paixão, com a qual fui libertado das minhas más paixões.

Beijo a tua Cruz, com a qual condenaste o meu pecado e me libertaste da condenação à morte.

Beijo aqueles cravos, com que removeste o castigo da maldição.

Beijo as feridas dos teus membros, com que foram curadas as feridas da minha rebelião.

Beijo a cana com que assinaste o atestado da minha libertação e com que feriste a cabeça arrogante do dragão.

Beijo a esponja encostada aos teus lábios incontaminados, com que a amargura da transgressão me foi transformada em doçura.

Tivesse podido eu degustar aquele fel, que dulcíssimo alimento não teria sido!

Tivesse podido eu tomar o vinagre, que bebida agradável!

Aquela coroa de espinhos teria sido para mim um diadema régio.

Aquelas cusparadas me teriam ornado como esplêndidas pérolas.

Aquelas zombarias me teriam ornado como sinal de profundo obséquio.

Aquelas bofetadas me teriam glorificado como o prestígio mais alto.

Eu te beijo, Senhor, e a tua paixão é o meu orgulho.

Beijo a lança que dilacerou o documento da minha dívida e abriu a fonte da imortalidade.

Beijo o teu lado do qual jorraram os rios da vida e brotou para mim o rio perene da imortalidade.

Beijo a tua mortalha, com que me adornaste, tirando-me as vestes vergonhosas.

Beijo o preciosíssimo sudário de que te revestiste para envolver-me na veste dos teus filhos adotivos.

Beijo o túmulo no qual inauguraste o mistério da minha ressurreição e me precedeste pela estrada que sai do Hades.

Beijo aquela pedra com a qual me tiraste o peso do medo da morte.

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