Emanuelly, a Manu, veio ao mundo pesando apenas 335 gramas e medindo 25 centímetros. Essa pequena guerreira é considerada a menor bebê nascida em um hospital público do Brasil.
O parto prematuro foi feito na vigésima sexta semana gestacional. A mãe dela teve pressão alta e a bebê já não estava recebendo nutrientes pela placenta de forma adequada. Isso colocava em risco a vida das duas.
Antes do parto, porém, os médicos do Hospital Vila Santa Catarina, em São Paulo, alertaram: Emanuelly tinha apenas 2% de chance de sobreviver.
Naquele momento teve início uma intensa batalha pela vida.
A luta pela vida
Da sala de parto, a bebê foi levada imediatamente para a UTI neonatal. Foi lá que os profissionais se depararam com a primeira dificuldade: entubar a bebê para ajudá-la a respirar. A cânula tinha que ser bem fininha e a manobra dos médicos e enfermeiros, precisa. E eles conseguiram!
Também foi foi preciso recorrer à rede particular de saúde para obter ventiladores com precisão exata, que não machucassem os pequenos órgãos de Emanuelly.
Outro desafio: a alimentação da bebê prematura deveria ser feita pela veia. Já imaginou a dificuldade para pegar a veia de um recém-nascido com 335 gramas?
"Apesar da dificuldade, deu super certo e foi por ali que ela se nutriu durante os primeiros dias de vida, porque todo o sistema digestivo dela não estava pronto para se alimentar", explicou a médica Luísa Zagne à TV Globo.
7 dias sem tocar a filha
Por causa das restrições da UTI e das condições delicadas da prematura, a mãe de Emanuelly só pode tocar a filha sete dias após o parto, apesar de acompanhar a filha de perto e conversar sempre com ela.
Mas, para realizar o sonho de pegar a bebê no colo, a mãe teve que esperar um mês. "Foi o primeiro contato meu com a minha filha. Deu para sentir aquele coraçãozinho batendo, a respiração dela", diz Camila Soares, que já tinha sofrido dois abortos espontâneos. "Eu consegui lidar com tudo isso graças à força da Manu para sobreviver", acrescentou a mãe.
Vitória da vida
Aquela menininha que tinha 2% de chance de sobreviver evoluiu a cada dia. E, após cinco meses na UTI, a pequena guerreira atingiu 2,304 kg e 43 cm. Assim, estava pronta para deixar o hospital e ir para casa, onde continuará a ser acompanhada por especialistas.
Na hora da alta, o batalhão de enfermeiros, médicos e outros profissionais da saúde que cuidaram da Manu no hospital se reuniram para se despedir da pequena e comemorar a vitória da vida!