É perfeitamente possível trazer bebês na Missa. Eles são uma benção de Deus e, por isso, a Igreja aconselha tanto os casais a serem generosos com o número de filhos.
Nós, padres, temos que ter paciência e muita tranquilidade, pois sempre haverá crianças na Igreja e isso sempre demandará de nós serenidade e muita compreensão.
Contudo, algumas dicas podem ser interessantes para não transformar a Missa numa creche:
1. Bebês têm fases e, quando estão necessitados, utilizam a linguagem do choro, o que nem sempre é fácil de se discernir; quando têm alguma mobilidade, não conseguem ter paciência de ficar parados, muitos minutos, no mesmo lugar. É natural que, nesses momentos, os pais deem uma pequena passeadinha nos entornos da Igreja para acalmar a criança. É preciso ter a tranquilidade de aceitar que não se vai conseguir participar da Missa direito nessa fase. Isso é normal, pode demorar mais do que imaginamos, mas vai passar;
2. Existem alguns bebês que realmente demandam maiores cuidados, e é preciso avaliar bem se é o caso de restringir a participação da Missa aos dias de preceito;
3. Não se deve sucumbir à tentação de não levar as crianças na Igreja, pois essas fases passam e é melhor sempre acostumá-las cedo a que gostem da Santa Missa;
4. Quando a fase da criança é complicada, é mais oportuno evitar sentar-se nos primeiros bancos, pois um eventual deslocamento poderia ser mais difícil, além de favorecer a distração dos fiéis e a concentração do sacerdote;
5. Algumas crianças não aguentam ficar sentadas por muitos minutos, seja porque os bancos da Igreja são duros ou porque o colo pode lhes dar mal-estar pela fixação na mesma posição ou porque elas têm bastante energia a ser gasta; é justamente durante a homilia, quando todos ficam sentados e em silêncio, que aquela situação se lhes torna mais incômoda. Talvez seja o caso de, nesses momentos, estar posicionado numa saída da Igreja, para poder acalmar a criancinha;
6. Quando são bem pequenininhos, falar no ouvido os acalma e ajuda a que se sintam envolvidos;
7. É interessante acostumá-los a fazer as necessidades em casa, quando são maiorzinhos;
8. Quando já começam a entender, é bom conversar com eles sobre o bom comportamento e premiá-los quando correspondem ao acordo; assim, a criança vai criando o hábito de prestar atenção;
9. Não se desencoraje pelo mau comportamento e tenha paciência consigo mesmo, antes de ter com a criança; pode ser que alguém na Igreja, que seja menos compreensível, olhe com cara feia; não se intimide, todos os pais passam por momentos assim e isso faz parte da vida;
10. Crie bons hábitos para seus filhos em casa, pois, se a criança é habitualmente agitada e fica o tempo todo estimulada por recursos eletrônicos, dificilmente conseguirá ficar calma num momento de culto. É muito importante não ceder às chantagens de choro e provocações, quando são maiorzinhos, e também ser firmes quanto a exigir seu bom comportamento. Avalie se é o caso de trazer brinquedos para a Igreja, pois isso afeta também outras crianças e pode causar transtorno, transformando a Igreja numa improvisada brinquedoteca, o que pode causar riscos para as próprias crianças, que, além de brigarem entre si por um objeto, podem também se machucar.
As crianças são sempre bem-vindas e precisamos nos esmerar em criar uma atmosfera que seja, ao mesmo tempo, serena e acolhedora. Isso exige de todos muita caridade e doçura, as quais serão recompensadas por comunidades vivas, vibrantes e fervorosas.
Pe. José Eduardo Oliveira, via Facebook