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Nicarágua: ditadura expulsa freiras e toma escola católica

Religiosas das Filhas de Santa Luísa de Marillac no Espírito Santo, perseguidas na Nicarágua

Religiosas das Filhas de Santa Luísa de Marillac no Espírito Santo, perseguidas na Nicarágua

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Francisco Vêneto - publicado em 02/06/23
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As religiosas responsáveis pela escola recém-tomada são seis, entre as quais uma idosa cega

A ditadura da Nicarágua determinou a expulsão de três freiras estrangeiras pertencentes à congregação das Filhas de Santa Luísa de Marillac no Espírito Santo, fundada em 1992. A congregação administra o Instituto Técnico Santa Luísa de Marillac, a única escola de ensino médio do município de San Sebastián de Yalí. Com esta medida, o regime de Daniel Ortega se apossa da escola católica, na qual estudam cerca de cem alunas.

As religiosas responsáveis pela escola recém-tomada são seis, entre as quais uma idosa cega. As três que são estrangeiras foram intimadas a sair do país nos próximos dias.

A polícia sandinista ocupou a escola em plena madrugada desta última segunda-feira, 29 de maio, de acordo com informações do portal Mosaico. Ainda conforme a mídia local, as autoridades do regime de extrema esquerda alegaram que a tomada do colégio é necessária dentro de um processo de revisão da documentação da instituição.

Modus operandi

O mesmo argumento tem servido para justificar uma série de intervenções arbitrárias e ilegais em paróquias, dioceses, congregações, outras escolas e diversas entidades católicas: o regime alega irregularidades, sem aduzir provas, e, a partir desta premissa, impõe bloqueios de contas bancárias, fechamento de instituições e até expulsão ou mesmo prisão de pessoas - sistematicamente, opositores da ditadura de Ortega.

A advogada e pesquisadora Martha Patricia Molina, hoje exilada, comentou o modus operandi do regime: a partir da tomada do colégio, segundo ela, o passo seguinte seria a sua expropriação por ordem do Ministério Público.

Autora do minucioso relatório "Nicarágua, uma Igreja perseguida?", que documenta mais de 500 ataques do regime contra os católicos nicaraguenses num período de cinco anos, Martha reforça: "Para a ditadura, que sempre age arbitrariamente, não é necessário um documento estabelecendo o confisco, porque todas as ações que eles praticam já são lei para eles".

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