Se não for divina, a esperança é uma tolice, auto-ilusão masoquista, caminho fértil de delírios, quimeras, fantasias… E é tudo só isso aí, mesmo: lei do cão, luta pela sobrevivência, selva tecnologizada apenas para deixar mais palatável aquilo que é insuportável.
Se não for divina, a esperança não serve pra nada! É tão somente o oco disfarçado de cheio. E, daí, nada compensa…, é melhor ser doido que ter razão, é melhor nunca ter nascido que viver, nunca ter amado que amar, pois não há amor que não seja o desejo de que o outro viva para sempre.
Sem Deus, a ciclicidade de tudo é cansaço, e não há verdadeira marcha adiante, pois não há rumo e tudo não passa de mera ausência de bem. Só Ele torna isso aqui razoável e devolve cor ao preto-e-branco da intranscendência.
E isso não é tão somente preencher uma enorme lacuna…. Não!, pois fora dele tudo é lacuna, menos Ele. E como Ele é a possibilidade mesma de que eu diga qualquer coisa com sentido, não há sentido em dizer nada se não pressupondo-O, antepondo-O, sobrepondo-O a tudo.
E, então, vale a pena esperar. Mas não porque a carne e o sangue me dão qualquer tipo de caução, mas simplesmente porque, na não-garantia de tudo, posso saber que tenho um garante, o qual me faz entender que esperar é divino.
Pe. José Eduardo Oliveira, via Facebook