Entre esta terça e quarta-feira, circularam por diversos veículos de comunicação de todo o mundo informações de que o bispo dom Rolando Álvarez, condenado pela ditadura de Daniel Ortega a 26 anos de prisão, teria sido retirado do presídio “La Modelo” e estaria sendo enviado pelo regime sandinista a Roma como exilado.
No entanto, com o passar das horas, novas informações indicaram que as negociações entre o regime de Ortega, a conferência episcopal da Nicarágua e o Vaticano haviam fracassado. O jornal local Confidencial, que anteriormente tinha sido um dos mais importantes veículos a divulgarem a suposta libertação de dom Rolando Álvarez, lançou uma nota atualizando a informação e afirmando que o próprio bispo havia rejeitado a hipótese de ser exilado de seu país. A recusa de dom Álvarez, segundo o mesmo jornal, o teria feito voltar ao presídio.
"A única circunstância em que dom Álvarez aceitaria o exílio é se o Papa Francisco o pedisse ou ordenasse, e isso não aconteceu nem antes, nem durante as conversações que tiveram nesta semana com um representante diplomático do Vaticano", explicou a fonte do Confidencial.
"Pura especulação"
Por sua vez, o cardeal Leopoldo Brenes se manifestou contundentemente nesta quarta-feira ao declarar que a libertação de dom Álvarez seria "pura especulação". Em declarações ao jornal La Prensa, o arcebispo de Manágua afirmou que familiares de dom Rolando puderam vê-lo no presídio, onde, portanto, ele continua cumprindo a condenação a 26 anos de prisão por alegados crimes de "traição à pátria".