Um excelente exemplo de como viver a graça do momento presente foi a vida do irmão carmelita Lourenço da Ressurreição. Ele foi um soldado do século 17, que se tornou fabricante de sandálias e começou a vida religiosa na cozinha de um convento, trabalhando como cozinheiro.
Irmão Lourenço admitiu:
"Quando comecei meu trabalho, disse a Deus com filial confiança: 'Meu Deus, já que estás comigo, e já que devo me dedicar a estes deveres por tua ordem, peço-te que me dês a graça de permanecer contigo... Melhor ainda, meu Senhor, trabalha comigo, aceita meus esforços e toma posse de todos os meus afetos'. Assim, durante o meu trabalho continuei a falar intimamente com Ele, oferecendo-lhe os meus serviços, pedindo-lhe as suas graças."
Irmão Lourenço estava convencido de que “não precisamos estar na igreja para estar com Deus. Podemos fazer do nosso coração um oratório onde nos retirarmos de vez em quando para conversar com Ele de forma doce, humilde e amorosa. Todos são capazes dessas conversas familiares com Deus”.
Por meio delas, o irmão Lourenço viu-se crescendo: “Por esse meio curto e seguro, avancei no conhecimento de Deus, com quem resolvi permanecer para sempre”.
Esse religioso nos mostra como praticar a presença de Deus, que ele chama de “a prática mais sagrada, mais comum e mais necessária na vida espiritual”:
"A prática da presença de Deus é deleitar-se e acostumar-se com sua companhia divina, falando humildemente e conversando amorosamente com ele em todos os momentos, sem regra ou sistema e, especialmente, em tempos de tentação, sofrimento, aridez espiritual, nojo e até de infidelidade e pecado. Por meio dessa atenção contínua a Deus, esmagaremos a cabeça do diabo e faremos com que suas armas caiam de suas mãos... Já que você sabe que Deus está com você em todas as suas ações, que está no mais profundo recesso de sua alma, por que não, de vez em quando, deixar de lado suas atividades externas e até mesmo suas orações faladas para adorá-lo interiormente, para louvá-lo, suplicar-lhe, oferecer-lhe o seu coração e dar-lhe graças?"
Que tal, então, começarmos a seguir esse conselho do Irmão Lourenço?