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Namoro na adolescência: os riscos para o amor verdadeiro

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Edifa - publicado em 22/04/21
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É preciso atenção por parte dos pais, pois incentivar os jovens a flertar pode ser uma forma de desvalorizar o próprio filho(a)

Quando você tem sete ou oito anos, você brinca com as pétalas da margarida como se recitasse uma canção de ninar, com gargalhadas e piscadelas maliciosas. Dez anos depois, é bem diferente e, margarida ou não, a ladainha do “eu te amo” não é mais algo trivial. Então, vamos refletir sobre o "flertar": é um mal ou um passo necessário? 

A noção de flerte cobre toda uma gama de relacionamentos pseudo-românticos: brincamos de amar, agimos como se amássemos ou acreditássemos que amamos para sempre, mas sem gastar tempo para nos fortalecer, para amadurecer. Assim, acaba-se indo rápido demais, longe demais, cedo demais.

Alguns flertam para testar seu poder de sedução ou para exercer dominação. Outros se deixam flertar por sede de ser amados ou por medo de serem tomados por alguém que não agrada. Alguns flertes permanecem platônicos, já outros avançam mais do que deveriam. Mas todos têm em comum imitar o amor, às vezes inconscientemente, ou vivenciá-lo como um jogo, não como um dom.

Como distinguir o flerte do amor verdadeiro? Em alguns casos, fica claro: paquerar é para os dois parceiros uma espécie de hobby, diversão, nada mais. Mas muitas vezes nascem sentimentos mais ou menos amorosos.

Jerônimo gosta de colecionar conquistas. Ele tem muito orgulho de se exibir com uma garota bonita. Ele sabe como "tagarelar" usando seu charme e sua bondade. “Não estou fazendo nada de errado”, disse ele.

Será que uma ou outra de suas conquistas não acreditou que ela era sua amada e não ficou magoada no fundo do coração ao descobrir que tudo era apenas um jogo? Temos o direito de brincar com o coração do outro? O dano é sempre grave e ninguém pode fugir da responsabilidade por suas atitudes.

Temos o direito de imitar o amor, por diversão? Alguns jovens, desejando sinceramente não viver em união carnal antes do casamento, acham que, enquanto não dormirmos juntos, tendo namorado, flertando aqui e ali, não há nada repreensível. Mas, pensando bem, esse tipo de relacionamento não torna você incapaz de saborear as riquezas da amizade entre meninos e meninas? O simples fato de "brincar de se amar", mesmo que não se vá tão longe quanto a união sexual, prejudica o coração? Finalmente, uma certa familiaridade física não compromete seriamente a decisão de não fazer sexo?

Flertar é uma mentira. Isso não é surpreendente, porque o inimigo do Amor é o Mentiroso. Como ele sabe que os jovens têm sede de amor, ele os desvia do amor verdadeiro prendendo-os com aparências de amor, uma mentira de amor. E isso é muito inteligente da parte dele, porque à força do fingimento, os jovens acabam não acreditando mais no amor verdadeiro e pensam que não são capazes de viver o amor verdadeiro.

É um círculo vicioso: ficamos desiludidos, desanimados porque fingimos amar e continuamos a nos contentar com o amor falso porque não nos consideramos mais capazes de amar de verdade. Incentivar os jovens a flertar é uma forma de desvalorizar os próprios jovens. É agir como se eles não fossem capazes de amar de verdade, na hora certa. Os jovens têm sede de amar “em grande estilo”: devemos ajudá-los a descobrir que todos são capazes disso. Hoje, assim como ontem, não brinquemos com o amor.

Christine Ponsard

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