A Colômbia parece ter entrado subitamente em uma espiral de ações hostis à Igreja Católica desde que o seu primeiro governo de esquerda assumiu a presidência da República em agosto deste ano.
Já nos primeiros dias de Gustavo Petro no comando da nação, a Colômbia se retirou do Consenso de Genebra, uma iniciativa pró-vida à qual o país havia aderido fazia meros três meses. A iniciativa foi implantada em outubro de 2020 por mais de 30 países participantes, incluindo o Brasil, para defender a saúde da mulher, o fortalecimento da família e a proteção da vida humana desde a concepção até a morte natural. Saiba mais sobre a entrada da Colômbia em maio deste ano e sua saída já em agosto, após a mudança de governo, motivada exclusivamente por posições ideológicas:
O primeiro governo esquerdista da Colômbia também agiu para impedir o país de condenar formalmente a perseguição anticatólica perpetrada pela ditadura da Nicarágua, com a qual mantém afinidades ideológicas. O vice-ministro colombiano de Assuntos Multilaterais, Juan José Quintana, confirmou que foi emitida uma ordem para que a Colômbia não participasse da sessão da Organização dos Estados Americanos (OEA) em 12 de agosto, na qual 32 dos 34 países membros condenaram a perseguição da Nicarágua contra a Igreja Católica. As únicas exceções foram a Colômbia de Gustavo Petro e a própria Nicarágua de Daniel Ortega. Confira detalhes:
Ainda em agosto, autoridades da prefeitura de Bogotá determinaram a retirada da capela católica instalada havia anos no principal aeroporto do país, o Eldorado. Administrada pela arquidiocese da capital colombiana, a pequena capela tinha uma imagem de Nossa Senhora de Loreto, padroeira dos aviadores, e contava com o privilégio da exposição do Santíssimo Sacramento a quem desejasse adorá-lo. A secretaria de governo de Bogotá solicitou a retirada da capela à OPAIN, empresa privada que detém a concessão para administrar o aeroporto. Saiba mais:
O fim da capela católica do Congresso?
Agora, a Colômbia vê outra significativa capela católica em risco de ser fechada: a do Congresso Nacional.
Três representantes da Câmara dos Deputados solicitaram que a capela Maria Auxiliadora, no Capitólio, passe a "não ser de nenhuma religião", mas sim "de todas as confissões religiosas". Trata-se dos deputados Juan Carlos Losada, Luis Alberto Albán e Alirio Uribe.
A alegação se baseia na mesma falácia apresentada para tentar justificar o desmantelamento da capela católica do aeroporto Eldorado: a de que o Estado é laico.
Acontece que o reto conceito de laicidade do Estado é tergiversado nesse tipo de caso: um Estado é laico quando respeita igualmente todas as religiões em conformidade com a constituição e a legislação, e não quando restringe uma religião alegando a não-discriminação das outras. A Igreja Católica não faz oposição alguma à criação de espaços ecumênicos, mas questiona que, para isto, sejam retiradas unilateralmente as capelas católicas já presentes, consolidadas e abertas a todos. De fato, há uma diferença que deveria ser autoexplicativa entre ampliar direitos de uma parcela da população e retirar direitos da maioria da população em nome de uma suposta não-discriminação.
Outros parlamentares protestaram contra a instrumentalização da laicidade do Estado, como Miguel López, que resume: