Todos nós temos um telefone pra o qual nos dirigimos tão logo abrimos os olhos.
Pintamos momentos frugais onde focamos na família, na meditação, no bem-estar, mas penduramos na parede da nossa alma o quadro da exaustão.
Exaustão da falta de família, de reflexão diante da vida e de bem-estar. Vivemos em mares de conexões vigorosas e necessárias e, ainda assim, não encontramos botes salva-vidas que nos levam para as ilhas desertas que deveríamos habitar antes de eventuais mergulhos naquele mar azul – tão lindo e tão traiçoeiro – à nossa frente.
Mas a gente sempre chega do outro lado.
A gente sempre chega. Porque sofremos a cada onda ou tsunami, a cada tempestade. Mas nós sempre sobrevivemos.
E daí alguém te diz: isso é resiliência.
A resiliência é conseguir esmaecer, endurecer, mudar de forma. Mas também é voltar ao lugar de origem. E, veja, nós não retornamos, nós avançamos.
Tempos desafiadores, e provavelmente cruéis – seja globalmente, seja no nosso globo pessoal – pedem evolução, e não permanência.
O que menos nos define como resilientes não é a nossa capacidade de continuar sendo. É a nossa base para ter para onde voltar. Construir quem somos para em seguida construirmos trampolins ou poços é a única forma de passarmos pelas tempestades.
E, quando vamos deixando de lado os alicerces e só nos importamos em buscar barcos lindos, nos esquecemos que as tempestades, às vezes, pedem mergulhos profundos, e não superfícies pseudo-límpidas. Mais sabemos que para nos adaptar, precisamos ter para onde voltar.
Resiliência é voltar para um lugar sagrado e que só existe dentro da gente. Com cada mazela e cada sucesso, com cada amor e com cada tristeza. Mas verdadeiro. E dentro da gente.
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