O Evangelho nos relata uma discussão em torno à escolha de um nome para o bebê João Batista:
No oitavo dia, foram circuncidar o menino e o queriam chamar pelo nome de seu pai, Zacarias. Mas sua mãe interveio: “Não” – disse ela – “ele se chamará João.” Replicaram-lhe: “Não há ninguém na tua família que se chame por este nome”. E perguntavam por acenos ao seu pai como queria que se chamasse.
Implícito nesta discussão está um problema subjacente em todas as famílias, mas eu me atrevo a dizer que também em todas as relações. Todos gostaríamos que os outros agissem de acordo com as nossas expectativas. Dar um nome também significa dar um destino, um significado, um rótulo. O verdadeiro amor sabe respeitar a diversidade das outras pessoas e lhes permite emergir em toda a sua singularidade. Os bons pais não podem sobrecarregar os ombros dos filhos com os sonhos deles mesmos, mas devem estar dispostos a deixá-los ir e realizarem os seus próprios sonhos.
A defesa do nome "João" é a defesa da diversidade desta criança, que tem todo o direito de ser ele mesmo em plenitude. É por isso que o pai, Zacarias, também se alia com a vontade da sua mulher:
Ele pediu uma tábua e escreveu: 'João é o seu nome', e todos ficaram espantados. Imediatamente a sua boca se abriu, a sua língua soltou-se e ele falou, bendizendo a Deus.
Este pai, que não tinha acreditado no nascimento do seu filho inesperado, passou nove meses durante os quais mudou de ideias. É bom pensar que certas coisas na vida nos mudam - e isto é extremamente belo.