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Ator pornô descreve o infernal vício em sexo

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Silvia Lucchetti - publicado em 23/01/23
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Ele lembra o drama que passou por causa do vício e revela que a pornografia provocou nele uma vontade incontrolável de morrer

Rocco Siffredi, famoso ator pornô italiano, participou do programa Belve (“Animais Selvagens”) da Rai2, apresentado pela jornalista Francesca Fagnani. Alguns podem perguntar por que falaríamos disso em uma publicação católica — afinal, esperamos pouco conteúdo edificante oriundo deste universo. E, de fato, o início da entrevista correspondeu a essas expectativas.

Mas houve uma parte da conversa que foi particularmente impressionante e se destacou da narrativa usual dos astros pornôs.

Siffredi falou de forma comovente sobre um lado profundo e doloroso de sua experiência: seu desejo de se castrar e morrer para se livrar do vício em sexo.

E isso não é tudo. A entrevista abre uma reflexão séria sobre o universo da pornografia e o drama de muitos que estão nele.

Com 1.700 filmes em seu currículo e 130 prêmios, o ator anunciou que parou de atuar em filmes pornográficos pela terceira vez.

“Não atuo mais”

"Parece que finalmente parei! Faz um tempo que não faço mais nada como ator, pelo menos não na frente das câmeras.(…) E parece que desta vez estou conseguindo aguentar, porque é a terceira vez que digo que vou parar e no passado tive uma recaída. Eu sou muito fraco nesse aspecto(…). Estou totalmente focado na minha mulher. Uma vez me disseram: 'Rocco, o segredo é olhar apenas para sua esposa e direcionar toda a sua energia apenas para ela'. Devo dizer que está funcionando."

Siffredi é casado com Rozsa há 29 anos. Eles têm dois filhos.

O abismo da promiscuidade

Em 2004, Rocco deixou o mundo pornô pela segunda vez justamente para se dedicar à família, para ter uma relação mais pura e autêntica com Rozsa. Mas, infelizmente, ele falhou ao tentar cumprir sua resolução. A apresentadora lê uma declaração anterior de Siffredi: "Minha esposa é muito bonita, mas sentia falta da variedade.”

Homens, mulheres, trans

Ele próprio continua, descrevendo sua total falta de autocontrole em relação ao vício em sexo:

"Não só prostitutas, tudo que o vício te pede. Você sai e vê homens, mulheres, trans. Tudo.(…) Nossos filhos me diziam: 'Papai, vamos brincar, papai, vamos brincar'. E eu dizia: 'Papai tem que sair agora, depois eu volto'. Todos os dias, todos os dias." 

E, em vez disso, ele voltava para casa tarde da noite, depois de ter “encontros sexuais ininterruptos” o dia todo.

“Eu não negava nada a mim mesmo”, continuou ele. “Eu simplesmente iria com as pessoas sem alma (…). Eu saía e, se não encontrasse prostituta era gigolô; era a mesma coisa, era tudo a mesma coisa.”

Francesca Fagnani, então, lê uma segunda declaração do ator:

"Quando essa ânsia me assalta em sua forma mais violenta, chego até a pensar que gostaria de me castrar para resolver o problema. Mas é justamente nesse ponto que peço ajuda a Deus, por intercessão de minha mãe."

“Eu pedia a Deus para me deixar morrer”

O ator explica aonde o vício em sexo o levou: a uma vontade de morrer. Esta é uma das passagens mais impactantes de toda a entrevista: “O que você pedia a Deus ou à sua mãe naqueles momentos?” pergunta a apresentadora. Siffredi responde em lágrimas: "Para simplesmente me deixarem morrer."

Era um período trágico e muito difícil que durou muito tempo, conta ele, e que agora ele espera ter deixado para trás com a ajuda de sua esposa.

“Tenho medo de nunca me livrar completamente disso, mas devo tentar direcionar minhas energias para ter sucesso. Devo dizer que melhorei muito. Posso controlar minha personalidade, para não ser muito fraco”, diz ele.

A apresentadora lê uma terceira declaração: "Certa vez, você chamou esse vício de uma espécie de demônio, afirmando: 'Às vezes, ele me deixa louco, a ponto de me tornar quase agressivo. Houve um tempo em que eu tinha medo de não saber como parar.'"

O ator pornô, então, responde: “Quando se trata do diabo, na minha opinião hoje o diabo é o sexo”.

Vício em sexo tem características demoníacas

Esta é uma afirmação muito forte, pois foi proferida por um homem distante da fé. E claro, não reflete a visão da Igreja Católica; um exercício adequado da sexualidade é uma parte bela e integrante do casamento e da existência humana. A experiência da sexualidade de Siffredi foi terrivelmente distorcida.

Mas seja qual for o significado que se queira dar ao termo que ele usa – “diabo” – não há dúvida de que Siffredi sente sua obsessão por sexo como algo demoníaco. Para ele é uma força maligna à qual é impossível resistir, que se apodera permanentemente da sua vida mental, levando-o, pela sedução do prazer ilimitado, à autodestruição.

Para as pessoas de fé, as palavras angustiadas de Rocco Siffredi soam como a representação viva da maneira tortuosa com que o diabo – hoje mais do que nunca – se apodera de uma alma, escravizando-a a si mesmo.

Nesse sentido, ele se torna involuntariamente a “testemunha perfeita” daquilo que a Igreja afirma com veemência sobre os gravíssimos danos que a pornografia e o vício do sexo causam aos indivíduos, especialmente aos jovens, drenando-os de sua vitalidade e deixando-os tremendamente infelizes.

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